A 28 de maio de 1926, o general Gomes da Costa iniciou em Braga uma revolta. Com o apoio militar marchou sobre Lisboa e assumiu o poder pondo fim à 1.ª República e instaurou a Ditadura Militar.
Foi estabelecido um regime de ditadura militar, em que não existiam partidos políticos nem parlamento, as greves eram proibidas, bem como a liberdade de imprensa, ou seja, os valores democráticos eram desrespeitados.
A Ditadura Militar vigorou entre 1926 e 1933. A Constituição de 1933 instaurou em Portugal um novo regime, designado por Estado Novo.
Na Constituição estão os princípios do Estado Novo. Por exemplo, continuavam a existir quatro órgãos de soberania. Todavia, a Assembleia Nacional perdeu poderes, que se concentraram no chefe do governo, que era Salazar.
Nas eleições para a Assembleia Nacional, apenas concorria a União Nacional, o único partido político autorizado e que apoiava o governo.
Outros partidos políticos, sindicatos, greves e muitas manifestações culturais eram proibidas e reprimidas pela polícia.
Durante o regime de Salazar, todos os portugueses eram controlados. A liberdade dos cidadãos era desrespeitada. Para defender o Estado Novo contra qualquer tipo de oposição, usavam-se vários mecanismos: a censura, a polícia política e o partido único.
A censura consistia na vigilância e exame prévio dos meios de comunicação (rádio, televisão, imprensa) e das atividades culturais (teatro, cinema, etc) para que não transmitissem ao público ideias e informações contrárias ao regime político no poder.
A polícia política era a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) que perseguia, prendia, torturava e até matava os opositores políticos de Salazar.
Por outro lado, a limitação da liberdade dos portugueses também se fazia sentir na política, pois apenas era permitida a existência de um único partido político, a União Nacional, apoiada pelo regime do Estado Novo.
O Salazarismo desrespeitava a liberdade dos portugueses e outros valores democráticos. A coragem dos opositores ao regime mostrou aos portugueses que era possível viver em liberdade.
A oposição ao Estado Novo fez-se em vários momentos e teve diversos protagonistas. Foram, essencialmente, as más condições de vida e de trabalho de muitos camponeses e operários que os levou a protestar nas ruas. Queriam emprego, melhores habitações e cuidados de saúde.
Em 1945, um conjunto de homens e mulheres formou o Movimento de Unidade Democrática para organizar formas de luta contra o Estado Novo: manifestações, cartazes, panfletos, etc.
Em 1958, o General Humberto Delgado apresentou-se como candidato às eleições para a Presidência da República, opondo-se ao candidato apoiado por Salazar. Apesar do grande apoio popular, o General Humberto Delgado não foi o vencedor. Contudo, revelou-
-se a vontade de mudança política dos portugueses.
Na década de 1960, os estudantes também se revoltaram contra o regime de Salazar. Nas ruas e em greve, os universitários lutaram contra a opressão e falta de liberdade.
Um conjunto de escritores, artistas e cantores também se manifestaram, nas suas artes, contra o regime salazarista. Um dos mais conhecidos foi o cantor Zeca Afonso.
Para além desta oposição nacional, Salazar teve também de lidar com a oposição vinda das colónias. Ao seu desejo de autonomia, Salazar respondeu com a guerra.
Até à década de 1960, as colónias portuguesas estavam dependentes do governo de Salazar. Não tinham, por isso, qualquer autonomia.
Os outros países europeus, como a França e a Alemanha, já tinham reconhecido a independência das suas colónias. Só Portugal teimava em negar o direito à independência aos territórios coloniais.
Foi, então, que estes iniciaram a luta pela independência. Em 1961, Portugal perdeu para a União Indiana Goa, Damão e Diu, e em África iniciara-se uma guerra sangrenta. A guerra colonial começou também em 1961 em Angola, em 1963 na Guiné e em 1964 em Moçambique.
O resultado, ao fim de 13 anos de conflito, foi cerca de 8000 soldados mortos e vários milhares de feridos, mutilados e desaparecidos, para além das enormes despesas com a guerra. A maior parte dos países do mundo condenava Portugal por manter esta guerra devastadora para ambas as partes.
Só a Revolução do 25 de abril de 1974 pôs fim ao conflito e deu a independência às colónias.
Texto redigido por: Lígia Silva
(professora de H.G.P.)