A robótica na sala de aula

Estado de arte da Robótica Educativa – Portugal

São vários os eventos realizados a nível nacional, uns mais apetecíveis que outros. Desses, vamos salientar alguns:

– Festival Nacional de Robótica – é um festival que se realiza desde 2001 em várias regiões do país. É promovido pela Sociedade Portuguesa da Robótica. Em que decorrem várias competições, nomeadamente: Condução Autónoma, Seguimento de Pistas, Freebots, Robot@factory, entre outras.

– O Micromouse Portuguese Contest – Uma organização da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, através do seu Núcleo de Robótica (EEC-NEUTAD), com o Apoio da SPR.

– Roboparty – realiza-se todos os anos na Universidade do Minho – Guimarães. Promovido pelo departamento de Eletrónica. É um evento direcionado para “principiantes” nesta área do conhecimento.

– MicroRato – realiza-se na Universidade de Aveiro.

– RobôOeste – está toda uma equipa disponível para receber e apoiar qualquer pessoa/escola que queira enveredar nesta área. Para além desta disponibilidade diária, existe um grupo de alunos, professores, psicólogos que apoiam os seus alunos quando participam nas competições, quer nacionais, quer internacionais, pois, a Escola S. Gonçalo é uma referência a nível nacional e internacional nesta prática.

Estes são alguns exemplos de onde se pode vislumbrar mais em pormenor todas as competências inerentes ao uso da robótica educativa, nomeadamente: camaradagem, o poder de comunicação, interajuda, aprender com o erro, o trabalho colaborativo, a partilha de conhecimentos, assim como, muitas outras valências, já relatadas anteriormente.

Na nossa visita à RobôOeste em Torres Vedras, todo este ambiente foi absorvido por nós. Ali não existiam apenas alunos a quererem competir, para terem um prémio no final, mas, muitas outras vivências estavam em crescimento, sem que os participantes se apercebessem dessa realidade.

Conclusão:

Em termos de conclusão deste trabalho apraz-me dizer o seguinte:

Vários são os estudos que comprovam a robótica como uma nova ferramenta de estímulo à aprendizagem, mesmo em alunos com algumas dificuldades, então porque é que esta nova metodologia não é mais recorrente em sala de aula? Em Portugal desde há 2 décadas sensivelmente que o ensino se vem deteriorando, quer em termos de aprendizagens quer em termos de indisciplina em sala de aula, então porque não “acarinhar” mais os jovens e adultos que querem implementar nas escolas estas ferramentas?

Um dos conceitos que considero pertinente é o seguinte:

“A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilita um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito de uma prática democrática, enquanto investe numa produção séria do conhecimento. Sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.” Segundo Vargas et al. citando Albuquerque (2009) [8] Ora, se a brincar se aprende, porque não colocarmos os nossos jovens a brincar? Porque não tirarmos o maior proveito desta “revolucionária” ferramenta para contribuirmos para o sucesso dos nossos alunos?

Após todas estas questões levantadas, só gostaria de deixar umas últimas frases para reflexão, que são as seguintes:

Segundo Azevedo et al. “Através deste trabalho em equipa, é possível socializar alunos antes isolados de seus colegas por causa de fatores como timidez, diferenças sociais, desnivelamento escolar, bullying, deficiências físicas ou neurológicas entre outras. Estimulando o respeito, a compreensão e a amizade entre os discentes.” [3]

Os mesmos autores continuam: “Outro benefício muito visível com o uso da robótica educacional é o aumento da autoestima do aluno, que sente orgulho ao ver que é capaz de construir um robô e resolver problemas.” [3]

Para finalizar, “Ao término da aula, pode ser trabalhado nos alunos o senso de organização pedindo que eles desmontem os robôs e guardem as peças nos devidos locais.”[3]

Todas estas afirmações deixam-nos a pensar, se vale ou não a pena modificarmos a nossa forma de ensinar, para assim, contribuirmos de uma vez por todas para o sucesso dos alunos.

Bibliografia/Webgrafia

[1] Pinel, H.: Seymour Papert: o Construcionismo, Uma pequena Bibliografia, 2004 Disponível em: http://www.neaad.ufes.br/subsite/psicologia/obs08papert.htm, Acesso em: 10/05/2013

[2] Papert, Seymour. Logo: computadores e educação. São Paulo: Editora, Brasiliense,

1985.

[3] Azevedo, S.; Aglaé A.; Pitta R.: Minicurso: Introdução a Robótica Educacional.

Disponível em:

<http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/minicursos/MC%20Samuel%20Azevedo.pdf> Acesso em:10/05/2013.

[4] Papert, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artmed, 2008.

[5] Da Silva, A. F.; Guerreiro, A.M.G.; Agaé, A.; Pitta, R.; Gonçalves, L.M.G; Aranibar, D. B.: Utilização da Teoria de Vygotsky em Robótica Educativa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil. Disponível em:

<http://www.niee.ufrgs.br/eventos/RIBIE/2008/pdf/utilizacion_teoria_vygotkski_robotica.pdf> Acesso em:10/05/2013.

[6] Azevedo, S.; Aglaé A.; Pitta R.: Minicurso: Introdução a Robótica Educacional.

Disponível em:

<http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/minicursos/MC%20Samuel%20Azevedo.pdf> Acesso em:10/05/2013.

[7] Ribeiro, C., Coutinho, C., Costa, M.F.: Robôcarochinha: um estudo sobre robótica educativa no ensino básico, V Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação, Universidade do Minho, 2007 Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8550> Acesso em: 14/05/2013

[8] Vargas, M.N., Menezes, A.G.C., Massaro, C.M., Gonçalves, T.M.: Utilização da robótica educacional como ferramenta lúdica de aprendizagem na engenharia de produção: introdução à produção automatizada, XL Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, Belém – PA,  Brasil, 2012 Disponível em:

<http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2012/artigos/104401.pdf>. Acesso em: 13/05/2013

[9] Miranda, J.R., Suanno, M.V.R.: Robótica Pedagógica: prática pedagógica inovadora, IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE, III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, Brasil, 2009 Disponível em : <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3534_1980.pdf> Acesso em: 13/05/2013

[10] Júnior, N.M.F., Carla K.V., Francisco, T.H.A.: Robótica educacional e a produção científica na base de dados da capes, http://www.revistareid.net/revista/n4/REID4art2.pdf, Brasil, 2010 Disponível em: http://www.ujaen.es/revista/reid/revista/n4/REID4art2.pdf, Acesso em: 14/05/2013

 

Professora Fátima Santos

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