Antes dos Descobrimentos, as pessoas acreditavam que o mar continha perigos sobrenaturais e monstros marinhos. Acreditavam também que a Terra era plana. Todas estas superstições, que remontam desde a Antiguidade, abalavam a mente de toda a população do Mundo.
No século XVI, porém, Portugal decidiu explorar o mar nunca antes navegado. Esta decisão foi feita com base na necessidade de expandir o território português, na experiência que os marinheiros possuíam devido à longa costa atlântica e dos bons portos portugueses, dos instrumentos náuticos conhecidos na altura: a bússola, o astrolábio, o quadrante e a balestilha, e do avanço que a construção naval teve ao desenvolver as caravela e as naus, mais resistentes para viagens longas e para as condições do mar que ainda eram desconhecidas.
Bússola também chamada de agulha de marear, começou a ser utilizada na navegação. Nessa época, consistia apenas numa agulha magnetizada que flutuava sobre a água, tendo uma das suas pontas viradas para Norte. Essa indicação do Norte permitia que os navegadores se orientassem em alto mar e não se perdessem em lugares longínquos.
Quadrante permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo cálculo se baseava na altura da Estrela Polar.
O astrolábio permitia descobrir a distância que ia do ponto de partida até ao lugar onde a embarcação se encontrava, mas descobria-se isso medindo a altura do sol ao meio-dia. Mas como era isso possível se não havia relógios? Era sim, pois mediam o tempo com ampulhetas, mas com resultados pouco rigorosos. Era vantajoso em relação ao quadrante, não só porque era mais fácil trabalhar à luz do dia, como pelo facto de a Estrela Polar não ser visível no hemisfério sul.
Há quem afirme que foram os portugueses que inventaram a balestilha. A origem do seu nome poderá ser balhesta, o mesmo que besta, a arma medieval, devido à sua semelhança. É constituída por uma régua de madeira, o virote, de secção quadrada e com três ou quatro palmos de comprimento, na qual se enfia a soalha que corre perpendicularmente ao virote.
Joana Carvalho,
N.º12 do 6.º A