Joana Santos, uma das jornalistas mais jovens do jornal digital mediotejo.net, licenciou-se em Jornalismo e Comunicação no Instituto Politécnico de Portalegre. Desde pequena gosta de ler jornais e escrever, mas confessa que nunca pensou vir a ser jornalista na sua vida adulta.
No dia 21 de outubro, na Escola EB 2,3 e Secundária de Mação, os alunos do 8.ºano, na aula de Português, estiveram “À conversa com…” a jornalista Joana Santos, que falou sobre o seu trabalho, e respondeu às questões dos alunos. O objetivo destes jovens era ouvir na primeira pessoa como é ser jornalista num mundo cada vez mais digital.
Joana começou a sua carreira em 2016, e faz jornalismo nos concelhos de Mação, Vila de Rei, Tomar e Constância. Foi com grande à vontade que Joana começou por falar sobre a sua vida vida profissional, respondendo às várias perguntas, não deixando de questionar os alunos sobre o que era para eles o jornalismo, sintetizando que “é a partir do jornalismo que temos acesso à notícia, aos acontecimentos da atualidade. É essencial para estarmos informados, todavia devemos ser críticos perante a informação que recebemos através dos media“.
De seguida, perante a curiosidade dos adolescentes, foi hora de responder à questão “O que são as Fake News ?”. “Elas são o maior obstáculo para os jornalistas, porque qualquer notícia pode ser fake. O jornalista terá de ter certezas, daí a necessidade de fazer muita pesquisa. O jornalista tem de ser inteligente e crítico, de forma a filtrar a informação. A informação tem de estar documentada e confirmada por fontes credíveis. Todavia, as Fake News tornaram-se uma das nossas maiores rivalidades nos dias que correm, pondo em causa o papel do jornalista numa sociedade que vive em ritmos alucinantes e que absorve informação de forma rápida e imediata, muitas vezes sem aprofundar”. Esclareceu os alunos que pensavam que eram criadas pelos jornalistas para atrair a atenção ou até para causar polémica sobre algum assunto, mas não é bem assim. Qualquer pessoa pode criá-las, com o intuito de instalar polémicas, sem conhecimento de causa e desinformado, seja profissional da área ou não. O próprio cidadão comum, de forma automática e inconsciente, consegue fazer proliferar fake news sem questionar a veracidade dos factos que lhes são apresentados, partilhando-os e tomando-os como verdades absolutas.
Durante cerca de uma hora, a jornalista mostrou bastante entusiasmo ao falar da sua profissão e manteve um diálogo interessante com os alunos, tendo deixado boa impressão. Cativou, com toda a certeza, alguns jovens para o seu trabalho.
Entrevista
Interessou-se pelo mundo dos Media desde criança?
Sim, posso confessar que tinha um rádio onde gravava cassetes a imitar os jornalistas e os pivôs dos telejornais. Sempre gostei muito de ler jornais, revistas e houve sempre o hábito de assistir e comentar notícias em família. Julgo que daí surgiu o interesse.
O que a levou a ser jornalista?
Posso dizer que não foi paixão à primeira vista. Eu gostava de muitas áreas, mas interessava-me pela escrita, pela nossa língua e pela disciplina de português. Foi no ensino secundário que decidi escolher do jornalismo e coloquei-me esse desafio, de ingressar numa área da comunicação, também na lógica de crescimento pessoal e de aprendizagens diversas.
O que mais gosta no mundo do jornalismo?
O que mais gosto é contactar de perto com as pessoas e tentar compreender a situação por que estão a passar. Dar a conhecer o que de bom ou mau se faz, e de alguma forma estar a contribuir para a evolução de uma região ou de uma problemática, sempre com vista a manter informados os leitores e ajudar na manutenção da sua opinião pública.
Acha difícil conciliar a vida pessoal com a vida profissional?
O jornalismo é um trabalho árduo, e sim, é difícil conciliar a vida pessoal com a vida profissional. Primeiro o jornalista não tem horário, estão sempre a acontecer coisas, e nós temos que estar lá. A nossa agenda muda constantemente, e “o bichinho” está sempre ativo, até nas férias e folgas, sendo difícil desligarmo-nos da atualidade. É uma profissão de compromissos, é algo que nós vivemos intensamente e é feita de muitos sacrifícios.
Gosta do jornalismo regional?
Gosto de fazer jornalismo regional/local. No meu caso, não só por me identificar com a nossa região e porque me permite ainda hoje conhecer pessoas, cantos e recantos que até então me passavam despercebidos. Mas também mostrando que, ao contrário do que muita gente pensa, acontecem muitas coisas e fazem-se coisas muito boas aqui. Ao trabalhar neste meio, mostro-lhes que estão errados. No jornalismo regional, nós estamos no local onde a notícia acontece e temos uma relação de proximidade, um privilégio que outros meios não têm.
Qual é o concelho de que mais gosta?
Bem, é difícil. Acho que não consigo dizer o que mais gosto … mas, sem dúvida, que Mação me cativa e nutro um carinho especial, uma vez que é um dos concelhos que acompanho ininterruptamente desde que ingressei na profissão.
“Às vezes o jornalista é considerado o chato, mas sim, temos de ser chatos, porque temos que pesquisar e investigar para conseguirmos uma boa notícia ou para conseguirmos comprovar a informação, termos provas/factos a fim de a divulgar. ” Joana Santos
8.º ano
(Texto final elaborado com excertos de vários trabalhos
apresentados pelos alunos.)
