A criança que fui
Adormeceu
Entre as paredes da minha alma
É chama
Que se apagou
E não mais vislumbrei
Primavera que morreu
Nos sonhos que em mim lavrei
É pássaro ferido
No seu ninho aconchegado
Um poema esquecido
Pelas memórias há muito rasgado.
A criança que fui
Adormeceu
Não mais a consegui acordar
Mas ainda a procuro no peito
Em silêncio
Enquanto continuo a caminhar…
Clara Almeida